quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Usually Strangers

É estranho, pelo menos pra mim, essa necessidade que não só eu como inúmeras outras pessoas tem de que é necessário um fim. Mas não uma coisa simples, um tchau e/ou um beijo ao vento. A necessidade de tornamos tudo maior, seja um simples despedida que acaba sendo mais um desabafo pela partida, uma morte que invés de contida e dolorosa, tende a ser quase um festival com todo o seu glamour que acaba por torna todo o fato ainda mais triste e quiçá excruciante.

É estranho como temos a mania de nos apegar a coisas, seja musicas, roupas, retratos, o que quer que seja... Para que quem sabe, a dor da perda seja menor. Tentamos enganar a nos mesmo e a nossos sentimentos, buscamos coisas que nos ligam aquilo que nos perdemos, nos simplesmente tentamos fazer com nos mesmos aquilo que achamos horríveis quando outros fazem. Nos tentamos no iludir, mentimos como se fosse algo aceitável só para suprimir a maldita dor que nos grita dentro do ser pedindo para sair.

É estranho como, em inúmeras vezes, nos expressamos àquela dor, ou medo, ou qualquer que seja o sentimento de modo diferente do comum. Como nos simplesmente nos limitamos a chegar a alguém e falar que temos medo de perder tal pessoa, ou que a distancia daquilo nos machuca, ou quaisquer outros sentimentos que simplesmente não conseguimos expressar em uma simples conversa com nosso melhor amigo. E de modo que eu não sei dizer se é belo ou horrível, nos abrimos, contemos nossas agonias, escrevendo uma musica - mesmo que não ligada a nos - só para expressar, uma poesia, um texto, qualquer coisa que possa diminuir. Como é incomum, deixarmos a confiança e os anos de amizade lado por um simples pedaço de papel e que inúmeras vezes acaba sendo queimado ou jogado naquela lixeira que inúmeras pessoas têm em seu quarto.

É estranho como fugimos de tudo o que nos liga a determinada pessoa, quando ela lhe decepciona... Seja seu namorado (a), amigo, ou mesmo seus pais. Queimamos fotos, excluímos depoimentos, nos livramos de cartas e tentamos esquecer aquelas juras, aqueles beijos, aqueles lugares, tudo o que passamos. O pior, é que nos sabemos que durante todo esse tempo, essa verdadeira jornada para nos desfazermos de tudo aquilo que nos liga a quem nos amamos é pior, é mais dolorosa. Afinal, ficaremos vendo mais as coisas que poderíamos deixar quietas, pensando onde deixamos outras, e a cada pensamento, a cada foto, a cada musica... Iremos lembrar de todo o resto e iremos sofrer.

É estranho como final das contas, tantas coisas que parecem tão estranhas se olharmos de modo superficial, são tão comuns se as observarmos bem. Afinal, somos todos estranhos uns aos outros e ao mesmo tempo semelhantes demais ao próximo. É estranho, ver que eu... Tão diferente de todo mundo... No fundo sou tão igual a você...